A metáfora antropofágica em Todas as vezes que dissemos adeus de Kaká Werá Jecupé

Authors

  • Carline Cunha Ramos Quaresma

DOI:

https://doi.org/10.25071/1925-5624.40349

Abstract

As one of the first Indigenous authors in Brazil to record the myths of his own people in book form, Kaká Werá Jecupé occupies a privileged space of enunciation vis-à-vis other writers who have published books about Indigenous verbal arts. His books rescue the ancestral memory of the Guarani people and carry with them the differential of having been written by someone who belongs to this culture. According to Kaká Werá Jecupé, until the publication, in 1994, of the first edition of Todas as vezes que dissemos adeus, Brazilian Indigenous culture had always been presented through the voices of anthropologists, indigenists, or social scientists. In this paper I focus on the resonances in the book of the anthropophagy metaphor—a trace of Indigenous culture drawn by Oswald de Andrade as a political gesture for a discussion of questions of the relationship between self and other. I take it as a point of departure to discuss Kaká Werá Jecupé’s position, living "between two worlds", and his mission to reveal his age-old tradition to so-called civilization, promoting the opening of a dialogue between cultures.

References

Almino, João. “Por um universalismo descentrado: Considerações sobre a metáfora antropófaga.” Antropofagia Hoje?, editado por Jorge Ruffinelli e João Rocha, Editora Realizações, 2011, pp. 55 - 62

Andrade, Oswald. A psicologia antropofágica. Rio de Janeiro, 1929.

Azevedo, Beatriz. Antopofagia - Palimpsesto Selvagem. São Paulo, Cosac Naify, 2016.

Berman, Antoine. A prova do estrangeiro: cultura e tradução na Alemanha romântica. Bauru, SP: EDUSC, 2002.

Campos, Haroldo de. “Da razão antropofágica: diálogo e diferença na cultura brasileira.” Metalinguagem e outras metas: ensaios de teoria e crítica literária, São Paulo: Perspectiva, 2006.

Corsseto, Patrizia. “Escritura e Escrita.” s/d. Disponível em: https://lacaneando.com.br/escritura-e-escrita/. Acessado em: 18 de Fevereiro de 2017.

Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

Gentzler, Edwin. Translation and identity in the Americas: New directions in translation theory. Routledge, 2008.

Jecupé, Kaká Werá. As fábulas fabulosas de Iauaretê. São Paulo, Peirópolis, 2007.

Jecupé, Kaká Werá. Kaká Werá. Rio de Janeiro, Beco do Azougue editorial. Coleção Tembetá, 2017.

Jecupé, Kaká Werá. O trovão e o vento: um caminho de evolução pelo xamanismo tupi-guarani. São Paulo, Polar Editorial: Instituto Arapoty, 2016.

Jecupé, Kaká Werá. Todas as vezes que dissemos adeus. 2ª ed. São Paulo, Triom, 2002.

Jecupé, Kaká Werá. Tupã Tenondé: A criação do Universo, da Terra e do Homem segundo a tradição oral Guarani. São Paulo, Pierópolis, 2001.

Kiening, Christian. O sujeito selvagem: Pequena Poética do Novo Mundo. São Paulo, EDUSP, 2014.

Martín-Barbero, Jesús. A Comunicação na Educação. São Paulo, Contexto, 2014.

Rocha, João Cezar de Castro. “Oswald em cena: O pau-brasil, o brasileiro e o antropófago.” Antropofagia Hoje?, editado por Jorge Ruffinelli e João Rocha, São Paulo, Editora Realizações, 2011, pp.11 - 18

Rouanet, Sergio Paulo. “Manifesto Antropofágo II.” Antropofagia Hoje?, editado por Jorge Ruffinelli e João Rocha, São Paulo, Editora Realizações, 2011, pp. 49 - 54

Santiago, Silviano. “O entre-lugar do discurso latino-americano.” Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural, Rio de Janeiro, Rocco, 2000.

Versiani, Daniela Beccaccia. Autoetnografia: uma alternativa conceitual. Porto Alegre, Letras de hoje, V. 37, nº 4, 2002, p. 57-72. Viveiros de Castro, Eduardo. Araweté os deuses canibais. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1986.

Versiani, Daniela Beccaccia. A inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac Naify, 2002.

Versiani, Daniela Beccaccia. Eduardo Viveiros de Castro - Encontros. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2007.

Versiani, Daniela Beccaccia. Metafísicas Canibais: Elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo, Cosac Naify, 2015.

Published

2018-11-28

How to Cite

Cunha Ramos Quaresma, C. (2018). A metáfora antropofágica em Todas as vezes que dissemos adeus de Kaká Werá Jecupé. Tusaaji: A Translation Review, 6(1), 11–26. https://doi.org/10.25071/1925-5624.40349

Issue

Section

Articles